O charme do Willys 54

O administrador de empresas, Antonio Camilo, pode se considerar um antigomobilista de sorte, pois encontrou o Willys da reportagem em bom estado geral, quando passeava pelas ruas de São Caetano do Sul, SP, região onde reside. Na realidade, esse é o terceiro Jeep de Camilo, que antes teve dois Ford CJ5, um 1972 e outro 1982. “Gosto de Jeep desde menino, pois meu pai vendia veículos e lembro que ele sempre teve carinho por esses 4×4. Obviamente o gosto foi transferido de pai para filho”, explicou o dono. Mesmo que os 4×4 anteriores tivessem sido restaurados no maior capricho, o dono ainda não havia se dado por satisfeito.
O proprietário anterior desse Willys é um senhor que mantinha o utilitário funcional e em boas condições, embora estivesse bem diferente das imagens que observamos aqui.


Também não é para menos, pois o valente “carade-cavalo” foi inteiramente desmontado, incluindo o sistema completo de freios, chassi, os dois diferenciais, câmbio, caixa de transferência, sistema de direção e, claro, o motor Hurricane quatro cilindros, ainda que vários desses itens não necessitassem de reforma completa.
Segundo os irmãos Carlos e Paulo Di Caro – responsáveis pela restauração – o ponto mais complicado da reforma foi o reparo da carroceria, que apresentava alguns pontos de forte oxidação. Como fazem questão absoluta de trabalhar apenas com chapa de aço – nada contra as carrocerias de fibra, somente uma questão de gosto –, eles adquiriram algumas partes que não puderam ser recuperadas na empresa Iron Parts, e se dedicaram com total afinco a reconstrução da carroceria.
O resultado de tanto capricho foi a concessão da famosa “placa preta”, através de análise do Jeep Clube do Brasil. “Foi o Sr. Luis Filoni quem me indicou esse pessoal, ele viu o Jeep e acreditou que merecia”, contou Camilo, com satisfação no olhar.
Esse exemplar de CJ3B chama atenção por diversos motivos, seja pela carroceria e mecânica absolutamente impecáveis. Ao rodar com o Jeep, percebemos que o mesmo apresenta características de um carro novo, ou seja, tem suspensão macia – cortesia da Molas FF –, conjunto mecânico tinindo, radiador original magistralmente recuperado, malha antitérmica instalada no coletor de escape com o objetivo de não transferir o calor daquele ponto para a tubulação nova de freios. E não há como não perceber a bela pintura com vermelho do Ford Mustang atual, as peças e detalhes – muitos deles vindos diretamente dos Estados Unidos – e a bonita capota desenvolvida pela Capotas Atlântida e baseada nos antigos modelos originais, que privilegiavam o aspecto de utilitário desses veículos. A parte de trás pode ser removida e o 4×4 se torna um pequeno caminhão, o que de fato ele é, basta lembrarmos sua nomenclatura original: Truck, 1/4 ton.
Dentro, destaque para os relógios novos do painel, o volante impecável e os assentos revestidos pelos profissionais de O Recruta.
Obviamente que esse modelo não será usado em trilhas, sendo reservado para passeios com a família e exposições aos finais de semana.
Quem se interessar em trocar ideias com Antonio Camilo, envie mensagem para camilo.adm@uol.com.br

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