Suzuki Jimny volta ao pódio em sua segunda participação no Rally dos Sertões

Jimny na travessia de rios (Foto: Victor Eleuterio)
Jimny na travessia de rios (Foto: Victor Eleuterio)

Suzuki Jimny volta ao pódio em sua segunda participação no Rally dos Sertões

O objetivo era usar a prova como laboratório para desenvolvimento de uma nova versão do 4×4 para uso esportivo off-road. A equipe Suzuki ficou em 5º. Para participantes e marca, o Jimny ficou mais rápido, confiável e fácil de guiar

As duplas: Eckel/Razia Rezende/Mendes (Foto: Ricardo Leizer)
As duplas: Eckel/Razia Rezende/Mendes (Foto: Ricardo Leizer)

A Equipe Suzuki encerrou sua segunda participação no Rally dos Sertões com resultados positivos. A meta de usar um dos maiores desafios off-road do mundo como laboratório de testes para aprimorar uma versão do Jimny para uso esportivo off-road foi superada. A equipe ainda conquistou um pódio, com a dupla Luiz Razia/Luis Felipe Eckel, 5º. lugar na categoria Super Prodution, que conta com carros mais preparados e potentes, e 16ª. posição na geral, entre os 40 carros que largaram de Goiânia. A outra dupla, Marcelo Mendes/Breno Rezende chegou logo atrás, com a 6ª. posição. Essa foi a segunda participação do Jimny na prova, encerrada sábado, com a chegada em Foz do Iguaçu (PR), após 2.917 km de desafios.

Chegada  no prólogo em Goiânia (Foto: Marcelo Machado)
Chegada no prólogo em Goiânia (Foto: Marcelo Machado)

Ano passado o Jimny fez sua estreia na prova, na categoria Prodution, que conta com carros praticamente originais e também foi ao pódio, com o 5º. lugar. Esse ano, os carros foram com uma configuração diferente. A suspensão evoluiu, permitindo maiores regulagens, que deixaram o carro mais fácil de guiar e melhor de chão (estabilidade). O Jimny também ganhou barra estabilizadora regulável na traseira, freio a disco nas quatro rodas com balança reguladora de pressão dianteira / traseira.

Pega no prólogo (Foto: Celso Maragni)
Pega no prólogo (Foto: Celso Maragni)

Essas modificações foram testadas durante o percurso de 2.917 km do Rally dos Sertões e a constatação é que o Jimny tornou-se mais rápido, fácil de pilotar e com mais confiabilidade em pisos acidentados, como pedras, buracos, grandes saltos. “Esperávamos bons resultados em função dos treinos que realizamos antes da prova, mas não tínhamos o comparativo com outros concorrentes. Por isso, o Rally dos Sertões funcionou como laboratório. Fazendo um balanço, sinceramente nos surpreendeu o quanto o carro melhorou em vários aspectos. O resultado foi mais do que esperávamos, pois nosso foco não era a competição, inclusive estávamos numa categoria de carros muito mais fortes, com motorização de até 350 cv e mais preparados, enquanto o Jimny conta com motorização de 89 cv. As quebras também foram poucas, ocasionadas por acidentes normais de rali”, analisa Rogerio Palmegiano, chefe de equipe.

Mais um voo do Jimny (Foto: Victor Eleuterio)
Mais um voo do Jimny (Foto: Victor Eleuterio)

A Equipe Suzuki também aproveitou a prova para testar novos compostos de pneus, em parceria com a Pirelli e gostou do resultado. “Os testes com os novos pneus Pirelli ATR foram muito produtivos. Usamos esse composto em quatro especiais, de cerca de 150 a 260 km, e eles se comportaram super bem, com pouco desgaste e muita durabilidade em pisos acidentados. O nosso índice de pneus furados foi zero”, destaca Palmegiano.

Razia/Eckel em ação (Foto: Doni Castilho)
Razia/Eckel em ação (Foto: Doni Castilho)

Outro ponto a ser destacado foi a curiosidade que o Jimny despertou. Antes mesmo da largada, no Autódromo de Goiânia, onde ficou concentrada a base do Sertões, os Jimnys já chamavam a atenção, que se intensificou após o prologo, que definiu a ordem de largada. Pela primeira vez os carros classificaram num circuito de asfalto, numa disputa dois a dois. E as duplas da Suzuki fizeram uma disputa sensacional, cruzando a linha de chegada lado a lado, levantando o publico da arquibancada e cujo resultado teve de ser confirmado pela fotocélula.

Jimny voando (Foto: Marcelo Machado)
Jimny voando (Foto: Marcelo Machado)

“Em Goiânia algumas pessoas vinham conhecer o carro, que chama a atenção por ser bem colorido. Depois do prólogo então, varias pessoas vieram no nosso boxe, faziam perguntas, queriam ver de perto. E no decorrer do rally, os outros competidores se interessavam em saber sobre as modificações feitas, comentavam como os Jimnys estão andando bem”, conta Vinicius Oliveira, chefe de logística da equipe.

Jimny na areia (Foto: Marcelo Maragni)
Jimny na areia (Foto: Marcelo Maragni)

O time
A equipe contou com 11 pessoas, a maioria com grande experiência em competições off-road. Das duplas que conduziram os Jimnys, a grande surpresa foi o baiano Luiz Razia, 26 anos, piloto que veio das pistas, com passagens pela F-1 e F-Indy Lights, que fez sua estreia no Rally dos Sertões em grande estilo, ao lado do experiente navegador Luis Felipe Eckel, natural de São Bento do Sul (SC). Na primeira participação já subiu ao pódio, com o 5º. lugar na categoria e 16º. na geral. A dupla realizou uma prova limpa, sem nenhuma penalização. Das 40 duplas que largaram, apenas três passaram sem penalizações.

Equipe Suzuki (Foto: Ricardo Leizer)
Equipe Suzuki (Foto: Ricardo Leizer)

Razia, que adorou a “aventura”, conta um pouco como foi sua experiência. “Para mim, como já tinha andado na terra quando comecei no automobilismo, não estranhei muito a mudança de asfalto para terra. Mas andar com um navegador realmente foi muito novo. O Eckel é um super navegador, me deu todas as instruções, chamava minha atenção para vários detalhes visando preservar o carro. Foi muito diferente. É como se tivesse alguém me julgando ali do lado e apontando meus próprios erros o tempo todo. Mas eu fui um piloto bem comportado e com o passar dos dias entramos em uma sintonia muito legal. Essa também foi a primeira vez que andei mesmo com um 4×4 e acho que peguei a mão fácil. É melhor o 4×4 do que o 4×2, porque consigo controlar muito mais o carro em situações de emergência. Os saltos foram novidades bacanas, não tinha tido essa experiência de ficar saltando com o carro”.

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Sobre o Jimny , Razia opinou: “O carro evoluiu bastante em freios, suspensão, principalmente nos saltos. Andamos rápido e tivemos poucas quebras. Vale ressaltar que subimos de categoria, com carros bem mais fortes do que o nosso e ainda assim conseguimos um pódio. Isso foi fundamental para mostrar a real evolução do Jimny. Houve muito interesse de varias pessoas que estavam lá. Para mim foi um prazer estar representando a Suzuki e ter superado o objetivo que nos propomos. Essa experiência toda foi muito prazerosa”.

Seu navegador, o experiente Luis Felipe Eckel, 24 anos, seis participações no Sertões (2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, 2015) e duas vitórias: 2011 na categoria Production-T2 e 2013 na categoria Pró-Brasil, falou da experiência em conduzir um piloto estreante que veio das pistas.
“Foi ótima ! Ele pegou o jeito da prova e do carro muito rápido e logo entrou no espírito do rali. Saiu tudo melhor do que o planejado, porque além de desenvolver bem o carro, ainda conseguimos pegar um pódio, que nem estava nos planos no começo. A equipe trabalhou muito bem”.

Sobre a prova, Eckel descreve. “Foi bem diferente do que estávamos acostumados, já que fomos para o Sul. Então o maior desafio para todos era entender o estilo da prova: terreno, muitos saltos, lombas, acho que foi o Sertões que teve mais lombas da história !. Assim, a suspensão do carro foi muito exigida e todos tiveram de se adaptar. Mas para nós foi ótimo. Muitos ficaram surpresos com os resultados que estávamos conseguindo e vinham perguntar: Como vocês estão conseguindo andar tanto com esse carro ? É que a maioria das pessoas pensa que o Jimny, por ser pequeno, não vai aguentar. Então a galera ficou bem surpresa !. Também encontramos muitos apaixonados pela marca. O Jimny tem fãs clubes, muitos aficionados e pessoas que faziam contato pelas redes sociais querendo informações. Acho que é um carro que tem tudo para dar certo”.

Dupla Marcelo Mendes/Breno Rezende - 6o. na categoira (Foto: Gustavo Epifacio)
Dupla Marcelo Mendes/Breno Rezende – 6o. na categoira (Foto: Gustavo Epifacio)

A outra dupla da Suzuki, os mineiros de Juiz de Fora (MG), Marcelo Mendes/Breno Rezende, chegaram logo atrás dos companheiros, com o 6º. lugar na categoria e 26º. na geral. Ambos estavam andando parelhos, mas um problema na etapa Maratona tirou as chances da dupla de brigar pelo pódio. Marcelo, 29 anos, fez sua segunda participação na prova com a Suzuki. Ano passado ele subiu ao pódio com o 5º. lugar na categoria Prodution, ao lado de Eckel. Esse ano, estreou Breno, seu navegador e parceiro de 10 anos em provas de rali.

“Esse ano nossos Jimnys tiveram uma melhora muito grande comparado com o ano passado. A suspensão do carro ficou impressionante ! A gente conseguia andar rápido nos saltos e olha que tinham muitos saltos. Como eu andei em 2014 e esse ano, é sensível a evolução. Esse ano estávamos disputando com carros muito mais fortes, então na parte lisa não tinha como andar com eles, mas nos trechos travados e lombas a gente conseguia andar junto ou melhor do que eles. A avaliação sobre o Jimny foi muito positiva. Os concorrentes ficaram impressionados com a melhora, ninguém acreditava que fôssemos andar do jeito que andamos. Claro que sempre tem muitas coisas para aperfeiçoar, mas o Sertões serviu para isso mesmo: um laboratório para continuarmos o desenvolvimento desse carro. A equipe funcionou muito bem, formamos uma família, todos entrosados a prova inteira, um ajudando o outro. O Razia chegou agora e foi 100%, uma pessoa que estava sempre de bom humor com todos, ajudando, foi bem legal a entrada dele para o time”, analisou Marcelo.



Seu navegador, Breno Rezende, 33 anos, que fez sua terceira participação na prova, falou da realização de um sonho.

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