Direto da Fonte – Como é ser off-roader nos Estados Unidos
Texto e fotos Regis Beckhauser*
Quem acompanha as matérias da 4×4 Digital, deve ter visto a cobertura realizada pelo amigo e correspondente Regis Beckhauser, que a partir de agora é nosso correspondente oficial nos Estados Unidos, País onde nasceu o off-road e fora de estrada, seja ele militar ou recreativo. Na coluna Direto da Fonte, Regis irá dividir conosco suas experiências e mostrar como é que funciona o universo 4×4 por lá, direto da fonte. Boa leitura!
Mudar o curso de vida, mesmo quando ela está em uma região confortável, nunca é uma tarefa fácil e se essa mudança envolve mudar de país, com certeza vai se transformar em um grande desafio.
Mas desafio é algo que todo apaixonado pelo mundo 4×4 come no café da manhã certo? E foi com esse entusiasmo que o empresário Gustavo Valensuela, 39 anos, natural de Lins, interior paulista e sua esposa resolveram encarar o desafio de sair do Brasil e vir morar em Parkland, um bairro relativamente novo na região do condado de Broward vizinha de Miami-Dade.
Com o planejamento preparado, hora de colocar tudo em ação, obviamente pra quem viveu ou vive essa mudança, mesmo planejando, a saudades dos amigos e familiares não entra em nenhuma planilha. Esse sim é um obstáculo muito difícil de ser superado.
Em sua nova jornada nos EUA, Gustavo não queria se afastar totalmente de sua paixão sobre rodas e logo adquiriu um Wrangler Sport 4 portas.
Não contente com o visual simples que o carro vem de fábrica, ele adquiriu um kit de suspensão da AEV Conversions, rodas da Trail Gear e pneus da 35″ x 12.50″ da marca Nitto.
Mas como estamos na Florida, andar com um jeep sem capota conversível é uma tarefa bem triste e sendo assim, uma nova capota de lona conversível equipou seu novo 4×4.
Diferente do que acontece no Brasil, os EUA oferecem uma gama incrível de equipamentos, ferramentas e acessórios para você montar sua garagem dos sonhos e, com essa facilidade nas mãos, novamente Gustavo pôs a mão na massa e não poupou tempo e recursos para deixar sua garagem “quase” dos sonhos. Lá, a cultura do “do it yourself” é muito difundida, tanto por questões de variedade e qualidade de materiais, como pelo alto custo das oficinas especializadas. Ou seja, botar a mão na massa é o caminho.
Compressores, ferramentas pneumáticas, jogos de chaves, macacos e suportes começaram a chegar e tomar conta do local onde mais tarde ele mesmo sem a ajuda de ninguém, instalou todo o novo kit de suspensão no carro. Mas antes alguns comentários a respeito de um sistema muito interessante.
A capota rígida original do Jeep precisava ser retirada do carro para dar lugar a capota conversível e essa tarefa teria que ser realizada somente por uma pessoa. Portanto, existe um kit de içamento próprio para essa tarefa, onde há a necessidade de instalar no teto da garagem os suportes das roldanas que auxiliam no processo de retirada da capota.
Antes de fixar as roldanas é muito importante observar de o teto tem capacidade de suportar o peso da capota e é sempre recomendado fazer um reforço para não exceder a capacidade e colocar em risco que passa por baixo da mesma.
Roldanas no lugar, capota suspensa, hora de trabalhar na suspensão do carro. Esse kit da Harken Hoister Diretc é relativamente simples, mas o ideal que a tarefa seja realizada por duas pessoas, porém, essa não era a alternativa do Gustavo que começou as tarefas colocando o Jeep sob os robustos cavaletes.
Carro elevado, hora de começar a desmontagem dos eixos. Um detalhe importante é que esse kit eleva a suspensão em 2,5” sem trocar o braço da suspensão, oferecendo assim a mesma geometria de suspensão, algo muito importante a ser considerado quando se trata de modificações na suspensão.
Dotado de regulagem especiais, esse kit é todo aparafusado nos locais da antiga suspensão facilitando muito o trabalho e garantindo sempre que as peças permaneçam em seus devidos lugares. Nada de soldas ou adaptações duvidosas. Não há espaço para “gambiarras”.
Levando em consideração o trabalho solitário e somente os finais de semana para trabalhar no carro, levou-se um tempo para que o Wrangler voltasse a pisar no chão. Até porque, a modificação da suspensão envolvia a troca das molas e amortecedores. Instalar os amortecedores não foi o complicado, mas as molas, foi outra historia.
Quem tem Jeep sabe bem como é querer modificar o carro a todo custo e as vezes cometemos pequenos enganos e aqui não foi muito diferente. Para a instalação das molas havia a necessidade de um encolhedor de molas, não era muita coisa e portanto o Gustavo teve que usar de algumas artimanhas para colocar as molas em seu devido lugar.
A preocupação com os detalhes é incrível, exemplo do suporte para a tubulação de freio que permaneceu intacta sem sofrer nenhuma alteração em seu comprimento, apenas um novo posicionamento com o uso do novo suporte.
Outro item não menos importante é a troca da bieleta do estabilizador dianteiro que precisou ser trocado mantendo a estabilidade do carro. Segundo o Gustavo, esse kit oferece um conforto melhor do que a suspensão original quando o carro está no asfalto, algo que ele pode comprovar em uma viagem de 1200 milhas entre a Florida e Washington DC e depois para uma cidade próxima onde ele pode testar a suspensão para chegar a uma pista de esqui.
Não perca em 4×4 Digital, a coluna Direto da Fonte, com matérias exclusivas sobre o off-road norteamericano.
Até a próxima!
*Regis Beckhauser é jipeiro desde 1998, realizou diversas trilhas pela região sudeste e trabalhou diretamente nos levantamentos oficiais dos Raids realizados pelo Jeep Clube do Brasil. Trabalhou como piloto de apoio no Rally dos Sertões. Aficionado por veículos militares, em 2001 montou um caminhão Engesa EE- 25 6×6 pra diversão dos turistas na região da Serra da Canastra – MG. Atualmente, reside em Miami e acompanha de perto os eventos realizados por lá, desde os 4×4, hot roads, clássicos e carros de corrida das mais diversas categorias. É colaborador exclusivo de 4×4 Digital nos Estados Unidos.
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